sexta-feira, 30 de julho de 2010

UM PARALELO FUTEBOL E ESCRAVIDÃO SÉC XIX e XX

Ao montar uma aula sobre escravidão me deparei com uma cronologia entre os processos abolicionista e o crescimento da economia Norte Americana, fiquei muito atento, porque os eventos de grande ruptura da História muitas vezes deixa marcas indéleveis em uma sociedade. Pensar atualmente o futebol sem o ator-jogador negro, dentro do processo de inserção no futebol mundial seria uma falha de enormes proporções.

Em 1947, o jornalista e escritor Mário Rodrigues Filho, escreveu uma obra, para muitos o marco da Historiográfia do futebol brasileiro, O Negro no futebol Brasileiro, com préfacil escrito pelo Gilberto Freyre, um dos intelectuais de maior renome no pensamento Sociológico e Histórico do Brasil.

Depois de todo este exercicío de relembrar fatos Históricos e personalidades, lançarei uma pergunta aos que gostam de futebol  e História, porque será que a discriminação e preconceitos ainda existe no futebol como nas sociedades ao longo do mundo, globalizado e tão bem informado sobre tudo e todos, aguardo novos coméntarios sobre este pequeno fragmento. Pensar no futebol como uma metáfora do mundo contemporâneo é de suma importância pois o esporte possui um papel ímpar dentro do processo civilizador.

quarta-feira, 28 de julho de 2010

Futebol, paixão ou negócio parte 2

Como havia prometido tentar esclarecer um pouco sobre o grande negócio que é o futebol, segundo a revista carta capital de 30 de junho, indica que; "o futebol está na falência, mas a entidade presidida por Sepp Blatter navega em ouro".
Pensar na paixão de milhões de seres humanos aficionados pelo esporte, muitos nem imaginam como o futebol cresceu e reproduz o mundo capitalista e consumista.

Na mesma matéria traz um estudo estatístico da empresa Deloitte, relata os dez maiores clubes do Mundo que estão quebrados em milhões de euros. A lista é encabeçada pelos grandes campeões Manchester United, Real Madrid, Chelsea , Barcelona para ficar somente nestes grandes europeus. No caso dos brasileiros a lista é ironicamente lideradas pelos clubes cariocas, fluminense, botafogo, clube atlético mineiro e o vasco da gama, para não citar outros monstros sagrados do futebol.

Contudo os cofres da FIFA estão abarrotados, em 2003 sua receita era de 575 milhões de US$, já em 2009 ultrapassou a quantia de 1 bilhão de US$, pensar hoje num futebol-arte sem pensar nos negócios de bastidores, ou as lavagens de dinheiro dos donos da bola e do espetáculo, chamado futebol resultado dos balanços financeiros.
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sábado, 17 de julho de 2010

FUTEBOL, PAIXÃO OU NEGÓCIO.

Pensar no futebol apenas como esporte ou pratica lúdica, é esquecer o contexto histórico dele, o processo civilizador tão aclamado pelo pensador, Nobert Elias*. Esquecer que a instituição que reje o futebol, a FIFA, é uma entidade mundial, supranacional, com negócios esportivos espalhados em todos os continentes. Deixo uma questão aos que leiem este Blog:
  1. Se os maiores clubes Europeus estão no vermelho e os grandes executivos da FIFA estão sempre fornecendo dados, favoráveis ao balanço da grande mãe do futebol mundial. Quem está certo ou errado nas contas destas instituições? 
  2. Outra pespectiva é compreender o pós Copa do mundo, saber quais impactos já podem serem sentidos, os tais legados sociais, econômicos e culturais como um todo, na proxima postagem tentaremos responder algunas destas questões. (Para quem quiser deixar sua opinião deixe nos comentários deste blog seu pensamento sobre o assunto, para as duas questões.)
*Norbert Elias (Breslau22 de junho de 1897 — Amsterdã1 de agosto de 1990) foi um sociólogo alemão.
De família judaica, teve de fugir da Alemanha nazista exilando-se em 1933 na França antes de se estabelecer na Inglaterra onde passará grande parte de sua carreira. Todavia, seus trabalhos em alemão tardaram a ser reconhecidos e ele viveu de forma precária em Londres antes de obter em1954 um posto de professor na Universidade de Leicester.
Suas obras focaram a relação entre poder, comportamento, emoção e conhecimento na História. Devido a circunstâncias históricas, Elias permaneceu durante um longo período como um autor marginal, tendo sido redescoberto por uma nova geração de teóricos nos anos setenta, quando se tornou um dos mais influentes sociólogos de todos os tempos.
Sua tardia popularidade pode ser atribuída à sua concepção de grandes redes sociais, que encontrou aplicação nas sociedades ocidentais pós-modernas, onde a presença da ação individual não pode ser negligenciada. De fato, a demasiada ênfase na estrutura sobre o indivíduo em vigor até então começava a ser duramente criticada.
A obra mais importante de Elias foram os dois volumes de O Processo Civilizatório (Über den Prozess der Zivilisation). Originalmente publicado em 1939, foi virtualmente ignorado até sua republicação em 1969, quando o primeiro volume foi traduzido ao inglês. Este primeiro volume traça os acontecimentos históricos do habitus europeu, ou "segunda natureza", ou seja, a estrutura psíquica individual moldada pelas atitudes sociais. Elias demonstrou como os padrões europeus pós-medievais de violência, comportamento sexual, funções corporais, etiqueta à mesa e formas de discurso foram gradualmente transformados pelo crescente domínio da vergonha e do nojo, atuando para fora de um núcleo cortesão etiqueta. O autocontrole era cada vez mais imposto por uma rede complexa de conexões sociais desenvolvidas por uma auto percepção psicológica que Freud cunhou como "super-ego." O segundo volume de O processo civilizatório abordas as causas destes processos e os reconhece nas cada vez mais centralizadas e diferenciadas interconexões na sociedade.
Quando a obra de Elias foi acolhida por grandes setores da intelectulidade, inicialmente sua análise do processo social foi mal compreendida e tomada como uma forma de darwinismo social. Com leituras posteriores, está idéia foi deixada e sua obra foi entendida a partir de uma outra chave de pensamento sobre o processo social.
Obras: (acesse o link abaixo):
http://www.planetanews.com/autor/NORBERT%20ELIAS

domingo, 13 de junho de 2010

Copas do Mundo 1934 e 1938

1934 - A CBD (Confederação Brasileira de Desportos) por questões políticas atrapalhou a formação da seleção brasileira. Dessa reza briga entre o Rio de Janeiro e São Paulo, deu lugar a um confilto entre profissionais e amadores. Desde de 1933, os clubes aderiram ao profissionalismo. Contudo, a CBD seguia apoiando o amadorismo e mesmo com a criação de novas federações ligadas ao futebol profissional, a CBD era a única filiada a FIFA, ela que tinha poder para poder convocar os jogadores. Assim atletas do Botafogo (o único grande time amador) e a CBD foi atrás de jogadores de outras equipes, prometendo bons contratos.

"Seleção de Cotados" entre eles: Leônidas (Vasco) e Luiz Luz (Nacional do Uruguai).
1- Germano (Botafogo)   2- Pedrosa (Botafogo)
3- Luiz Luz (CBD)          4- Octacílio (Botafogo)
5- Sílvio Hoffman (CBD)  6- Ariel (Botafogo)
7- Camalli (Botafogo)     8- Martim (Botafogo)
9- Tinoco (CBD)           10- Walolyr (Botafogo)
11- Armandinho (CBD) 12 - Átila (Botafogo)
13- Carvalho Leite (Botafogo)   14- Leônidas (CBD)
15- Luisinho (CBD)       16- Patesko (CBD)
17- Waldemar Brito (CBD)
Técnico Luiz Vinhaes

A CBD amadora e enfraquecida pelas divergências regionais e pelo avanço do profissionalismo rendeu-se a convocação de um time titular com cinco titulares cariocas, quatro paulistas e dois gaúchos. A seleção disputou uma única partida depois de 12 dias de viagem de navio para a Ítalia. Foi derrotada pela Espanha por 3 a 1, já nas oitavas-de-final.

1938 - A CBD entra para o profissionalismo, para garantir o posto de entidade máximo do futebol do país de entidade máxima do futebol graças a isso, a preparação para a Copa de 1938, demonstrou organização sem superior. Contudo o preparador brasileiro Ademar Pimenta, manteve o time no velho sistema diagonal, pois não tinha informações sobre WM, criado em 1925 pelo inglês Albert Chapman, Esta Copa pode-se falar que foi a primeira de uma seleção de verdade.

quarta-feira, 9 de junho de 2010

Copas do Mundo pós Muro de Berlim












De grandes momentos o evento maior do futebol, vivi, o mais glamuroso é a cada quatro anos e nunca coincide com os Jogos Olímpicos, que por sinal terá influência da FIFA sobre o COI (Comitê Olímpico Internacional). Uma Copa dentro de um cenários político-econômico, da queda do Muro de Berlim, a angústia da União Soviética. A Copa nestes últimos anos realizou a competição em países de pesos econômicos, como a Copa da Itália (1990), vencida pelos alemães, agora uma nação unificada.
Em 1994 (EUA), terra do basquete, beisebol e futebol americano, bateu todos os recordes de público no envento vencido pela seleção brasileira. Em 1998 (Copa da França), a França investiu US$ 1 Bilhão de doláres e com um time bem heterogêneo, desde africanos, latinos e árabes (todos naturalizados) venceram um Brasil inerte e apático.
Já na Copa de 2002, Japão e Coréia do Sul, realizaram um grande evento, mostrando ao mundo ocidental a efiência dos Asiáticos, fazendo a primeira Copa do Mundo fora do eixo cristão.
Para refletir, a Copa de 2006 trouxe um caráter de extrema união ao povo alemão, com sua estrutura econômica e social, totalmente reestruturada pós 2º Guerra e pós a queda do Muro de Berlim.

quinta-feira, 3 de junho de 2010

A Invenção da Tradição


A realização de uma Copa do Mundo a exatamente 80 anos atrás é algo a ser pensado, não somente pela área esportiva e sim pensar em colocar outras áreas, como a história e economia por exemplo, pois em 1930 o mundo ainda se recuperava da crise de 1929. 

Podem os mais desconfiados perguntarem: "Porque a o Uruguai sediar, um grandioso evento em sua primeira edição e não na Europa?". Se colocarmos a Itália na disputa para sediar o evento com o apoio dos países europeus vizinhos (Holanda, Espanha, Hungria e Suécia).

Os sul-americanos já tinham colocado o futebol inglês em sua cultura suas próprias características, de tal forma que nas Olimpíadas de 1924 (Paris) e de 1928 (Amsterdã) os sul-americanos conquistaram o torneio, com o Uruguai sendo Bi-Campeão.

A tradição da Celeste (apelido da seleção uruguaia), se desenvolve ainda num esporte semi-profissional. O futebol buscava, na década de 30, afirmação de se tornar o esporte de maior expressão cultural das sociedades modernas. A favor desta tradição Celeste e que tinha um representante de peso a seu favor, Enrique Buero que era vice-presidente da FIFA na época e amigo pessoal de Jules Rimet (3º presidente da FIFA e idealizador da Copa do Mundo).

A amizade, os interesses políticos-econômicos juntamente com a comemoração da Independência do Uruguai e a proposta de construir um estádio que simboliza-se a nação (Centenário de Montevidéu, feito em tempo recorde: 8 meses), deram a vitória ao país sul-americano para sediar a Copa, dando a forma da Celeste em plena lembrança ao seu processo histórico libertação, agora ela reuniu tradições e venceu outro europeu.